PORTUGUÊS
Território de silêncios antigos e horizontes vastos
Armindo Jacinto
Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova
‘Aqui, no coração da natureza, todos os lugares são lugares de criação, onde cada som e cada gesto ganham uma nova dimensão. Este encontro é uma ponte entre tempos distantes e a promessa do que ainda está por vir, numa dança entre a memória e a reinvenção.’
Neste lugar onde nos encontramos com a terra e com o céu, acolhemos mais uma celebração da arte e da cultura.
Idanha-a-Nova, território de silêncios antigos e horizontes vastos, é também um palco onde o passado conversa com o presente, e onde a música se eleva, entre o murmúrio das pedras e o sopro do vento.
Aqui, no coração da natureza, todos os lugares são lugares de criação, onde cada som e cada gesto ganham uma nova dimensão. Este encontro é uma ponte entre tempos distantes e a promessa do que ainda está por vir, numa dança entre a memória e a reinvenção.
A cada passo, redescobrimos as histórias escondidas nas paredes de pedra, nos caminhos que serpenteiam, nos ecos de vozes que o tempo não apaga. E é neste cenário que se abrem novas janelas para a criatividade, onde o encontro com a arte ganha formas inesperadas.
O Fora do Lugar é presente e futuro. Em parceria com a Arte das Musas, afirmou-se como uma das maiores referências de Idanha, enquanto Cidade Criativa da Música da UNESCO. Fica o convite para mais uma experiência de som e de silêncio nas raízes profundas do nosso lugar.
Sejam bem-vindos!
O vagar suficiente
Paulo Longo
Centro Cultural Raiano
‘(…) à vertigem do imediato e do fugaz, contrapõe a provocação sublime de nos ensinar maneiras de encontrar, aqui, o vagar suficiente para descobrir os cambiantes escondidos de uma paisagem, de um gesto, de um simples som.’
Se há apelos difíceis de explicar, Idanha não se encontrará, certamente, entre eles. Muitas são as razões, boas razões que nos puxam para este lugar. Entre elas, o Fora do Lugar. Inquestionavelmente.
O que é inexplicável para alguns tornou-se incontornável para todos os outros que se encontram, se revêem na relação espaço-tempo que Idanha consegue proporcionar neste encontro tão especial, onde – paradoxo à parte - estar fora é estar, mais do que tudo, dentro. Um sentimento que se propaga mais além, a cada ano que passa, estabelecendo diálogos, cumplicidades e partilhas.
Que, à vertigem do imediato e do fugaz, contrapõe a provocação sublime de nos ensinar maneiras de encontrar, aqui, o vagar suficiente para descobrir os cambiantes escondidos de uma paisagem, de um gesto, de um simples som.
A música é o pretexto – e que pretexto! – que nos conduz pelo meio da terra e das pessoas, de experiência em experiência, cumprindo a preceito o papel do guia atento e conhecedor dos caminhos a percorrer a cada regresso.
Outras houve e haverá, é certo, mas o Fora do Lugar configura de forma singularmente relevante as qualidades que definem Idanha-a-Nova enquanto cidade criativa na música - UNESCO incluída.
Seria indelicado passar ao lado do significado especial que o momento presente assume. O Fora do Lugar cumpre treze anos, número que assinala uma transição marcante para todos – a adolescência, naturalmente. Na expectativa do que está por vir, fica o desejo que os próximos anos, enquanto teenager, sejam plenos da energia, criatividade e entusiasmo que o acompanham desde a sua génese.
De mansinho
Filipe Faria
Director do Festival Fora do Lugar
Director da Arte das Musas
ʻSabemos o que nos espera e é isso que nos traz cá… cada vibração. Aqui, fora do lugar, estamos exactamente onde devemos estar. Preparamo-nos para a surpresa e deixamo-nos ser levados. Lugar, som e silêncio. ʼ
Dizem que não é de sorte…
Estamos aqui, onde tudo parece mais fundo, onde o lugar sussurra histórias antigas e o tempo parece esticar-se em silêncio. Este lugar não é só geografia, mas uma espécie de ritual, chama-nos para fora, puxa-nos para dentro. Cada passo é um convite, de mansinho… Nada nem ninguém nos apressa. Se aceitarmos, tudo se move devagar, ressoa, suspende…Os dias e as noites guardam silêncio. Fazemos o ar mover-se e ouvimos tudo quando se move. Descobrimos por dentro e por fora, como se este lugar fosse ao mesmo tempo espelho e janela… do que somos… do que podemos ser.
Sabemos o que nos espera e é isso que nos traz cá… cada vibração. Aqui, fora do lugar, estamos exactamente onde devemos estar. Preparamo-nos para a surpresa e deixamo-nos ser levados. Lugar, som e silêncio.
As árvores, as pedras, e até o vento são cúmplices desta vontade… sem tempo nem fronteira. Um eco de algo maior, um convite, um diálogo silencioso entre corpo e espaço, de mansinho… Somos nós e o lugar. Somos parte da paisagem, como se, por momentos, todos nos ouvíssemos ao mesmo tempo.
E dizem que não é de sorte?
ENGLISH
Territory of Ancient Silences and Vast Horizons
Armindo Jacinto
Mayor of the Municipality of Idanha-a-Nova
’Here, in the heart of nature, every place is a place of creation, where every sound and every gesture takes on a new dimension. This encounter is a bridge between distant times and the promise of what is yet to come, in a dance between memory and reinvention.’
In this place where we meet the earth and the sky, we welcome yet another celebration of art and culture.
Idanha-a-Nova, a land of ancient silences and vast horizons, is also a stage where the past converses with the present, and where music rises, between the murmur of stones and the breath of the wind.
Here, in the heart of nature, every place is a place of creation, where every sound and every gesture takes on a new dimension. This encounter is a bridge between distant times and the promise of what is yet to come, in a dance between memory and reinvention.
With each step, we rediscover the hidden stories in the stone walls, in the winding paths, in the echoes of voices that time does not erase. And it is in this setting that new windows to creativity open, where the encounter with art takes unexpected forms.
Fora do Lugar is the present and the future. In partnership with Arte das Musas, it has established itself as one of the major references of Idanha, as a UNESCO Creative City of Music. We invite you to another experience of sound and silence, rooted deeply in our place.
Welcome!
Enough stilness
Paulo Longo
Centro Cultural Raiano
‘A feeling that, in response to the immediacy and fleeting nature of our era, offers the sublime provocation of teaching us to find, in this place, enough stillness to discover the hidden nuances of a landscape, a gesture, a simple sound. the hidden nuances in the landscape, in gestures, and in simple sounds.’
If there are charms that are hard to explain, Idanha is certainly not one of them. Many compelling reasons draw us to this place, among them Fora do Lugar. Unquestionably.
What remains inexplicable for some has become indispensable to all others who see themselves reflected in the special space-time relationship offered by Idanha, a space for a special encounter where, paradoxically, being out is, more than anything, being within. Each passing year, this feeling deepens, fostering dialogue, complicity, sharing.
A feeling that, in response to the immediacy and fleeting nature of our era, offers the sublime provocation of teaching us to find, in this place, enough stillness to discover the hidden nuances of a landscape, a gesture, a simple sound. the hidden nuances in the landscape, in gestures, and in simple sounds.
Music serves as a pretext – and what a pretext it is! – guiding us through the land and its people, from experience to experience, perfectly fulfilling the role of the attentive guide to navigate our returns.
There have been and will be others, of course, but Fora do Lugar uniquely embodies the qualities that define Idanha-a-Nova as a creative city of music – UNESCO included.
It would be impolite to overlook the special significance that the present moment holds. Fora do Lugar celebrates its thirteenth year, a number that marks a notable transition for everyone — the teenage years, naturally. Filled with anticipation for what the future holds, we hope that the festival’s teenage years will be infused with the same energy, creativity, and enthusiasm that have been with it from the start.
Softly
Filipe Faria
Director of Festival Fora do Lugar
Director of Arte das Musas
‘We know what awaits us, and that’s what brings us here... every vibration. Here, out of place [fora do lugar], we are exactly where we should be. We prepare for the unexpected and allow ourselves to be carried away. Place, sound, and silence.’
They say it's not lucky...
We are here, where everything seems deeper, where the place whispers ancient stories and time seems to stretch in silence. This place is not just geography, but a kind of ritual; it calls us out, pulls us in. Every step is an invitation, softly... Nothing and no one rushes us. If we accept, everything moves slowly, resonates, suspends...
Days and nights keep silent. We make the air move and hear everything as it moves. We discover inside and out, as if this place were both mirror and window... of what we are... of what we can be.
We know what awaits us, and that’s what brings us here... every vibration. Here, out of place [fora do lugar], we are exactly where we should be. We prepare for the unexpected and allow ourselves to be carried away. Place, sound, and silence.
The trees, the stones, and even the wind are accomplices in this desire... timeless and without boundaries. An echo of something greater, an invitation, a silent dialogue between body and space, softly... We and the place become one. We are part of the landscape, as if, for moments, we all hear each other at once.
And they say it's not lucky?