Concerto Concert
Sábado Saturday
7.12.2024
21.30—22.30
Michel Godard &
Ihab Radwan
França, Egipto
France, Egypt
Idanha-a-Velha
Catedral
Michel Godard, serpentão
Ihab Radwan, oud
Doces Desejos Doux Désirs
Su l’onda d’amore *
In the grotte #
Tenderness #
Il Goloso *
Dahab #
Acqua Alta *
Serbia #
Malato d’ambre *
Love at first sight *
A la folie *
A trace of Grace *
* Godard # Radwan
Notas ao programa
Na sequência de uma discussão espontânea e apaixonada entre Michel Godard e Ihab Radwan sobre as diferentes formas de executar as notas si bemol ou fá sustenido, decidiu-se criar um projecto original que combina música italiana e egípcia, bem como as composições pessoais de cada um. Este projecto, visto numa perspectiva do jazz e da improvisação, despertou grande interesse tanto em Godard como em Radwan.
O projeto Doux Désirs permite a Michel Godard, um conceituado músico jazz, olhar para o Oriente numa associação com o intérprete de oud Ihab Radwan, onde a improvisação é sempre a pedra angular. Ambos os estilos musicais têm muito em comum, incluindo modalidade, ornamentação, improvisação e espontaneidade. Ihab Radwan improvisa sobre as composições de Michel Godard, enquanto Michel Godard improvisa sobre os temas egípcios de Ihab Radwan.
Um momento de contemplação é justificado para considerar as composições originais de Michel Godard e Ihab Radwan. O serpentão é flexível, elegante e apresenta semelhanças com a voz; por seu lado, o oud canta, sussurra e narra. Este encontro é esteticamente agradável, criativo e essencial.
Programme notes
Following an impromptu and impassioned discussion between Michel Godard and Ihab Radwan about the different ways of performing the B-flat or F-sharp notes, it was decided that an original project combining Italian and Egyptian music, as well as each artist’s own personal compositions, should be created. This project was to be seen through the prism of jazz and improvisation, and was of great interest to both Godard and Radwan.
The Doux Désirs project allows Michel Godard, a renowned jazzman, to look eastwards, by partnering with the oud player Ihab Radwan, always with improvisation as the keystone. Their music has many points in common, including modality, ornamentation, improvisation and spontaneity. Ihab Radwan improvises Michel Godard's compositions, while Michel Godard improvises Egyptian themes by Ihab Radwan.
It is worth taking a contemplative moment to consider the original compositions of Michel Godard and Ihab Radwan. The serpent is flexible, sleek, and bears resemblance to the voice; the oud sings, whispers, and narrates. This encounter is aesthetically pleasing, creative, and essential.
Biografias
Como criador e explorador, Michel Godard investiga, descobre e estabelece ligações entre diferentes séculos e tradições musicais. Através da improvisação e das suas diversas linguagens, bem como de inúmeras colaborações com músicos de variadas origens, Godard explora novos territórios musicais. Originalmente tubista clássico, o músico destacou-se como figura proeminente no jazz europeu, revitalizando um instrumento esquecido: o serpentão, que também lecciona no CNSM (Conservatório de Paris). Em estreita colaboração com o fabricante suíço de instrumentos Stefan Berger, a sua pesquisa tem permitido integrar este instrumento revitalizado nas suas composições e no movimento da música barroca.
Hoje, a arte de Michel Godard materializa uma alquimia de metais preciosos, reflectindo as diversas culturas musicais que o fascinam e compartilhando uma música intemporal, na qual actua como músico multidimensional que inspira novas gerações de exploradores e criadores. No âmbito clássico, desde 1988, Godard tem vindo a actuar com prestigiados conjuntos, como a Orchestre Philharmonique da Radio France, a Orchestre National de France, o Ensemble Musique Vivante, o Early Music Ensemble La Venice e o XVIII-21 Musique de Lumières. Foi membro do quinteto Arban Chamber Brass, com o qual realizou digressões no Japão, nos EUA e em África, e apresentando igualmente obras de repertório a solo. Lecciona masterclasses internacionais, tendo conquistado o reconhecimento tanto da comunidade europeia de jazz como da comunidade de música de vanguarda.
No domínio do jazz, foi membro da Orquestra Nacional de Jazz de França entre 1989 e 1991. Desde então, participou em numerosos projectos inovadores na Europa Ocidental e Meridional, colaborando com artistas como Michel Portal, Louis Sclavis, Henry Texier, Enrico Rava, Michael Riessler, Kenny Wheeler, Ray Anderson, Rabih Abou-Khalil, Sylvie Courvoisier, Klaus König, Simon Nabatov, Wolfgang Puschnig, Linda Sharrock, Pierre Favre, Misha Mengelberg, Linda Bsiri, Gianluigi Trovesi, Christof Lauer, Maria Pia De Vito, Pino Minafra, Luciano Biondini, Willem Breuker, Herbert Joos, Dave Bargeron e Alim Qasimov.
Ihab Radwan iniciou os seus estudos de música clássica no Conservatório do Cairo aos 5 anos de idade. Após construir uma carreira no Egipto, mudou-se para a França. Como solista e compositor, colaborou com Michel Godard, Anne Paceo, Ricardo Ribeiro, Natasa Mirkovic, Jarrod Cagwin, Guillemette Laurens, Toine Thys, Monica Passos, a Helsinki Baroque Orchestra, L'Orchestre de Orchestra e L'Orchestre de Chambre de Paris. Trabalhou também com Hughes de Courson na gravação de Mozart in Egypt, um CD que vendeu 3 milhões de cópias em todo o mundo.
Ihab compôs a banda sonora do filme Love's Impressions, que recebeu os prémios de Melhor Filme e Melhor Actor no Festival de Cinema de Londres, além do prémio de Melhor Banda Sonora no Festival Internacional de Cinema do Dubai. Tem participado em diversos projectos musicais de fusão, incluindo colaborações com Herbie Hancock em Herbie Hancock in Egypt e com o baterista egípcio Yehia Khalil. Trabalhou com o compositor egípcio Fathy Salama, contribuindo para o projecto Egypt do cantor Youssou N'Dour. Esta gravação venceu o Grammy Award de Melhor Álbum de World Music.
Ihab organiza e lecciona masterclasses sobre o oud, música oriental, improvisação de música árabe e escalas não temperadas com quartos de tom e 1/9 de tom (comas). Apresenta as suas composições como uma fusão de melodias antigas egípcias e árabes num contexto de performance contemporâneo. Para Ihab, o oud e a música árabe servem como portais para a meditação e introspecção. Através de uma combinação de técnica, espontaneidade e improvisação, o oud torna-se um retrato cintilante de emoções que vão desde a contemplação profunda até à mais complexa das virtuosidades.
Biographies
As a creator and explorer, Michel Godard researches, discovers and forges connections between centuries and musical traditions. Through improvisation and its languages, as well as numerous collaborations with musicians from diverse backgrounds, he delves into new musical territories. Formerly a classical tuba player, Godard has emerged as a prominent figure in European jazz, breathing new life into a forgotten instrument: the serpent, which he also teaches at the CNSM (Conservatoire de Paris). Collaborating closely with Swiss instrument maker Stefan Berger, his research has allowed him to integrate this revived instrument into his compositions and the Baroque music movement.
Today, Michel Godard's artistry embodies an alchemy of precious metals, reflecting the diverse musical cultures that captivate him. He shares a timeless music, as a multidimensional musician who inspires new generations of explorers and creators. On the classical front, since 1988, Godard has performed with prestigious ensembles such as the Orchestre Philharmonique de Radio France, the Orchestre National de France, the Ensemble Musique Vivante, the Early Music Ensemble La Venice, and the XVIII-21 Musique de Lumieres. Additionally, he has been a member of the Arban Chamber Brass quintet, touring Japan, the USA and Africa, and has showcased solo repertoire works. With his extensive background, it's no surprise that he offers international masterclasses and has gained recognition from both the European jazz and avant-garde communities.
In the world of jazz, he was a member of the French National Jazz Orchestra from 1989 to 1991. Since then, Michel Godard has participated in numerous innovative projects across western and southern Europe, collaborating with artists such as Michel Portal, Louis Sclavis, Henry Texier, Enrico Rava, Michael Riessler, Kenny Wheeler, Ray Anderson, Rabih Abou-Khalil, Sylvie Courvoisier, Klaus König, Simon Nabatov, Wolfgang Puschnig, Linda Sharrock, Pierre Favre, Misha Mengelberg, Linda Bsiri, Gianluigi Trovesi, Christof Lauer, Maria Pia De Vito, Pino Minafra, Luciano Biondini, Willem Breuker, Herbert Joos, Dave Bargeron and Alim Qasimov.
Ihab Radwan began studying classical music at Cairo Conservatory at the age of 5. After building a career in Egypt, he moved to France. As a soloist and composer, he has collaborated with Michel Godard, Anne Paceo, Ricardo Ribeiro, Natasa Mirkovic, Jarrod Cagwin, Guillemette Laurens, Toine Thys, Monica Passos, the Helsinki Baroque Orchestra, L'Orchestre de Orchestra, and L'Orchestre de Chambre de Paris. He also worked with Hughes de Courson on the recording of Mozart in Egypt, a CD that sold 3 million copies worldwide.
Ihab composed the score for the film Love's Impressions, which received the awards for Best Film and Best Actor at the London Film Festival, as well as the Best Soundtrack award at the Dubai International Film Festival. He has engaged with various musical crossover projects, including collaborations with Herbie Hancock on Herbie Hancock in Egypt and with the Egyptian drummer Yehia Khalil. Additionally, he worked extensively with the esteemed Egyptian composer Fathy Salama, contributing to the project Egypt for the singer Youssou N'Dour. This recording won the Grammy Award for Best World Music Album.
Ihab organises and teaches masterclasses on the oud, oriental music, Arabic music improvisation, and untempered scales featuring quarter tones and 1/9 tones (commas). He presents his compositions as a blend of ancient Egyptian and Arabic melodies in a contemporary performance context. For Ihab, the oud and Arabic music serve as gateways to meditation and introspection. Through a combination of technique, spontaneity and improvisation, the oud becomes a vivid sketch of emotions, ranging from deep contemplation to highly complex virtuosity.