Concerto
Concert
18.11.2023
21h30
Taracea
Alemanha Espanha
Germany Spain
MONSANTO
LAGAR (SALÃO DE FESTAS)
Belén Nieto Galán flauta de bisel recorder, flauta barroca traverso
Rainer Seiferth Vihuela
Miguel Rodrigáñez contrabaixo double bass
David Mayoral percussão percussion
Nova Música Antiga
New Early Music
Clássicos da Música Antiga trazidos para aqui e agora.
Early Music classics brought to here and now.
1. O quam mirabilis est, Alemanha Germany, Hildegard von Bingen (1098-1179)
2. Tant que vivray, França France, Claudin de Sermisy (c. 1495-1562)
3. Cuchilleros, Espanha Spain, trad. sec.XVIII 18th century Madrid,
4. Amarilli mia bella, Itália Italy, Giulio Caccini (1551-1618)
5. Balletto, Italia Italy, Vincenzo Capirola (1474-1548)
6. Preludio & Come again, Inglaterra England, John Dowland (1563-1626)
7. ¡Ay triste que vengo!, Espanha Spain, Juan del Encina (1468-1533)
8. Passemèze, França France, Adrien Le Roy (1520-1598)
9. Innsbruck ich muss dich lassen, Alemanha Germany, Heinrich Isaac (c.1450-1517)
10. Marizápalos, tradicional de Espanha tradicionally from Spain, séc.XVII 17th century
Todos os arranjos por All arrangements by: Rainer Seiferth
Sinopse
“Akoé” é a antiga palavra grega para o som recordado e a tradição de o transmitir oralmente. Assim como os contadores de histórias, Taracea pega em músicas bem conhecidas de tempos idos e torna-as suas, fundindo-as com sabores contemporâneos retirados da world music e do jazz. O repertório é composto por algumas das mais belas e assombrosas melodias europeias do renascimento e do início do barroco, com dois desvios pelos séculos XII e XVIII.
Synopsis
Akoé is the ancient Greek word for remembered sound and the tradition of passing it on orally. Just like storytellers, Taracea pick up well-known tunes of past times and make them their own by fusing them with contemporary flavours taken from world music and jazz. The repertoire consists of some of the most beautiful and haunting European Renaissance and Early Baroque melodies, with two detours to the 12th and 18th century.
Notas ao programa
“O quam mirabilis est” é uma meditação sobre a beleza da criação da autoria da compositora, abadessa e mística alemã Hildegard de Bingen. Sobre um drone tocado por contrabaixo e flauta de bisel, a vihuela interpreta as frases de abertura do hino, progredindo depois para um solo de baixo improvisado que, por vezes, nos lembra a música indiana. Na terceira secção, a flauta de bisel toca a parte final da melodia escrita. Sem interrupção, os músicos constroem uma ponte para a França do século XVI, representada pela canção “Tant que vivray” de Claudin de Sermisy. Este tema é introduzido por um padrão rítmico da tradição de percussão do Mali, o qual também serve como base para a secção central improvisada do arranjo, que termina com um solo de percussão. A melodia brilhante é compartilhada entre a flauta barroca, a vihuela e o contrabaixo dedilhado. Na peça seguinte, viajamos até à Madrid do século XVIII. “Cuchilleros” é uma tonadilla tradicional com um texto humorístico que nos fala de uma barata que nos coça com as suas patas. A melodia é apresentada pelo contrabaixo e repetida pela flauta de bisel, acompanhados por um típico ritmo castelhano na pandeireta. A secção intermédia do arranjo é baseada num ciclo de acordes modulantes inspirados na música de Pat Metheny, onde a improvisação da flauta de bisel de Belén Nieto enceta um diálogo com a voz de Rainer Seiferth. Originalmente um madrigal para voz solo e baixo contínuo em Le nuove musiche (1602), de Caccini, “Amarilli, mia bella” é uma das grandes canções de amor alguma vez escritas. Na interpretação de Taracea, soa por vezes a uma balada jazz. Para a gravação desta peça, o grupo convidou Michel Godard, o virtuoso francês do serpentão, para se juntar a ele com o seu som sombrio e mágico. O “Balletto” é uma alegre dança renascentista incluída numa colecção ricamente ilustrada de peças de alaúde do compositor italiano Vincenzo Capirola. No arranjo de Seiferth, a melodia alterna entre dó maior e menor, mantendo o seu carácter ambíguo na secção central, com ciclos harmónicos que usam acordes de ambos os modos. Um breve prelúdio de John Dowland com arranjo para flauta de bisel e vihuela dá lugar a uma interpretação contemporânea da sua mais famosa melodia, “Come Again”, na qual o compasso 5/8 e a reharmonização parecem aludir a algumas das mais refinadas canções pop de Sting. Na temperamental secção central, o contrabaixo e a vihuela improvisam o motivo ascendente da melodia, enquanto a energética coda abre espaço suficiente para variações rítmicas no tambor udu africano. O compositor espanhol renascentista Juan del Encina escreveu um grande número de vilancetes, baseados numa forma simples apropriada da música popular. “Ay triste que vengo” é uma canção sobre um amor impossível, baseada em ritmos castelhanos ainda vivos na música espanhola de hoje. Taracea adiciona uma secção média recém-composta que transforma o ar lento numa dança furiosa. O passamezzo foi uma forma popular de composição e improvisação sobre baixo em toda a Europa do século XVI. A versão de Taracea usa uma peça de alaúde do compositor francês Adrien Le Roy como veículo para explorações aventureiras que começam com uma improvisação colectiva. A comovente composição de Heinrich Isaac intitulada “Innsbruck, ich muss dich lassen” fala sobre alguém que tem de abandonar a sua cidade para começar uma viagem incerta. No início e no final desta peça onírica, a flauta de bisel baixo imita o som do vento. Praticamente nenhum registo alto é usado nesta interpretação sombria e mística. No final desta viagem musical, escutamos “Marizápalos”, uma dança anónima da Espanha do século XVII. Na versão de Taracea, a melodia original é acompanhada por ritmos norte-africanos e seguida por uma original interacção entre todos os instrumentos.
Programme notes
“O quam mirabilis est” is a meditation on the beauty of creation by the German abbess, mystic, and composer Hildegard of Bingen. Over a drone played by double bass and recorder, the vihuela interprets the opening phrases of the hymn then gives place to an improvised bass solo that at times reminds us of Indian music. In the third section, the recorder plays the final part of the written melody. Without interruption, the musicians build a bridge to 16th-century France, represented by Claudin de Sermisy’s “Tant que vivray”. It is introduced by a rhythmic pattern borrowed from the drumming tradition of Mali, which also serves as the foundation for the central improvised section of the arrangement, which concludes with a percussion solo. The brightly shining melody is shared between the baroque traverso, the vihuela, and the plucked double bass. For the following piece we travel to 18th-century Madrid. “Cuchilleros” is a traditional tonadilla with a humorous text that tells of a cockroach that scratches us with its legs. The melody is presented by the double bass and repeated by the recorder, accompanied by a typical Castilian rhythm on the tambourine. The middle section of the arrangement is based on a cycle of modulating chords inspired by Pat Metheny’s music, where Belén Nieto’s recorder improvisation enters into dialogue with the voice of Rainer Seiferth. Originally a solo madrigal for voice and continuo from Caccini’s Le nuove musiche (1602), “Amarilli, mia bella” is one of the greatest love songs ever written. In Taracea’s interpretation, it sounds at times like a jazz ballad. For the recording of this piece, the group invited the French serpent virtuoso Michel Godard to join them with his dark and magical sound. The “Balletto” is a joyful Renaissance dance included in a richly illustrated collection of lute pieces by the Italian composer Vincenzo Capirola. In Seiferth’s arrangement, the melody switches between C major and minor, and maintains its ambiguous character in the central section with harmonic cycles that use chords from both modes. A short prelude by John Dowland arranged for recorder and vihuela gives way to a contemporary interpretation of his most famous melody, “Come again”, in which the 5/8 time signature and the reharmonisation echo some of Sting’s refined pop songs. In the moody central part, the double bass and the vihuela improvise on the ascending motif of the melody, while the energetic coda provides plenty of space for rhythmic variations on the African Udu drum. The Spanish renaissance composer Juan del Encina wrote a large number of villancicos, which are based on a simple form takeb from popular music. “Ay triste que vengo” (How sad I am) is a song about an impossible love based on Castilian rhythms that are still alive in Spanish music today. Taracea adds a newly composed middle part which transforms the slow air into a furious dance. The Passamezzo was a popular bass figure for improvisation and composition throughout 16th-century Europe. Taracea’s version uses a lute piece by French composer Adrien Le Roy as a vehicle for adventurous explorations that start with a collective improvisation. Heinrich Isaac’s deeply moving “Innsbruck, ich muss dich lassen” tells about someone who has to leave their town in order to begin an uncertain voyage. At the beginning and end of this dream-like piece, the bass recorder imitates the sound of the wind. Practically no high registers are used in this dark and mystical interpretation. At the end of this musical journey we hear “Marizápalos”, an anonymous dance from 17th-century Spain. In Taracea’s version, the original melody is accompanied by north African rhythms and followed by a colourful interplay between all instruments.
Biografia
“Taracea” é a palavra espanhola para marchetaria, a arte de incrustação da madeira, cujos padrões entrelaçados e intrincados são música pura, a combinação perfeita de forma e liberdade. Este é também o nome de um grupo madrileno formado em 2017 pelo vihuelista, guitarrista e compositor Rainer Seiferth, o especialista em flauta de bisel e flauta barroca Belén Nieto e o intérprete de contrabaixo e violone Miguel Rodrigáñez. Nos arranjos imaginativos e atmosféricos de Seiferth, combinam a tradição antiga e sons contemporâneos emprestados do Jazz e da Música Mediterrânica, juntamente com uma boa dose de improvisação. O seu primeiro álbum, Akoé – Nuevas Músicas Antigas, realizado em colaboração com o intérprete francês de serpentão Michel Godard, a jovem cantora espanhola Isabel Martín e o percussionista David Mayoral, foi lançado em 2020 pela editora francesa Alpha Classics, tendo recebido críticas muito positivas da imprensa europeia. No seu recente segundo álbum, Desvíos a Santiago, Taracea foca-se em canções de peregrinos medievais, renascentistas e tradicionais de Espanha e de França, num formato de quinteto, incluindo Isabel Martín e David Mayoral. O grupo tocou em alguns dos mais importantes festivais espanhóis de música antiga, como FEMAG Gijón, Semana de Música Antigua de Logroño, Festival en el Camino de Santiago, Semana de Música Antigua de Álava e Festival de Música Antigua de Granada. Em novembro de 2022, Taracea fez a sua estreia internacional no LIFEM – London International Festival of Early Music, bem como num espectáculo ao vivo para a BBC Radio 3. Na primavera de 2023, apresentaram a sua música numa tournée pela Alemanha.
Biography
Taracea is the Spanish word for marquetry, the art of wooden inlay, whose intertwined, intricate patterns are pure music, the perfect combination of form and freedom. It also gives name to a Madrid-based Early Music group formed in 2017 by vihuelist, guitarist and composer Rainer Seiferth, recorder and traverso specialist Belén Nieto and double bass and violone player Miguel Rodrigáñez. In Seiferth’s imaginative and atmospheric arrangements, they combine early tradition and contemporary sounds borrowed from Jazz and Mediterranean Music, together with a good amount of improvisation. Their first album “Akoé - Nuevas Músicas Antiguas”, featuring French serpent player Michel Godard, young Spanish traditional singer Isabel Martín and percussionist David Mayoral, was published 2020 by the french Alpha Classics label and received very good reviews from the European press. On their recent second album “Desvíos a Santiago” (Detours to Santiago), Taracea focuses on medieval, renaissance and traditional pilgrim songs from Spain and France, in a quintet format including Isabel Martín and David Mayoral. The group played at some of the most important Spanish Early Music festivals such as FEMAG Gijón, Semana de Música Antigua de Logroño, Festival en el Camino de Santiago, Semana de Música Antigua de Álava, and Festival de Música Antigua de Granada. In November 2022, Taracea made its international debut at LIFEM, the London Festival of Early Music, as well as at a live show on BBC Radio 3. In spring 2023, they presented their music on a concert tour through Germany.
Imprensa
“[...] para quem estiver interessado numa abordagem inovadora à música antiga, Akoé vai surpreender e encantar.” (Kate Bolton-Porciatti, BBC Music Magazine)
“... extremamente contagiosa – no bom sentido. O ouvinte fica imediatamente cativado.” (Richard Hanlon, Musicweb International)
Press
“...for anyone interested in an innovative approach to early music, Akoé will surprise and delight.” (Kate Bolton-Porciatti, BBC Classical Music magazine)
“...extremely contagious – in a good way. Listeners will not need to be told to stay alert.” (Richard Hanlon, Musicweb International)