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Myrtho (França + Suiça) | Noite Cheia #4

Noite Cheia
Full Night

Concerto

25.11.2022  
20h00-23h00 #4

Myrtho França + Suiça
France + Switzerland


IDANHA-A-NOVA
CENTRO CULTURAL RAIANO


Pierre Blanchut santour, daf iraniano | santour, iranian daf 
Laetitia Marcangeli voz, sanfona | voice, hurdy gurdy 
Raphaël Sibertin-Blanc violino, alto, kemençe de Istambul | violon, alto, Istanbul kemençe
Timothée Tchang Tien Ling percussões mediterrânicas | mediterranean drums


Ao gosto de Eros
Viagem amorosa por temas gregos, córsicos, franceses e sefarditas

At the mercy of Eros
A love fuelled journey based on Greek, Corsican, French and Sephardic themes


1. Ode to Aphrodite (Sapho, s.VII AC)
2. Paphitissa (Tradicional, Chipre)
3. Tzivaeri (Tradicional, Ásia Menor)
4. Una matica de ruda (Tradicional, Sefardita), arr. Myrtho/Pierre Blanchut 
5. Lisa Bedda (Tradicional, Córsega)
6. U pinu tunisianu (Tradicional, Córsega)
7. Me minise i agapi mou (Tradicional, Macedónia Grega) 
8. Três danças tradicionais gregas
9. Belle endormie (Canção tradicional francesa e Canção de Marot n°X, s.XV)
10. Abre tu puerta (Tradicional, Sefardita), arr. Myrtho/Pierre Blanchut 
11. Yo m'enamore de un ayre (Tradicional, Sefardita), arr. Myrtho/Pierre Blanchut 
12. Agior Agior (Tradicional, Grécia)
13. Rossignolet du bois (Tradicional, França), arr. Myrtho/Pierre Blanchut

Todos os arranjos por Ensemble Myrtho
All arrangements by Ensemble Myrtho


"Tua fronte inundada pelas claridades do Oriente, Os bagos negros enredados no ouro da tua trança" (Gérard de Nerval, Les Chimères)

O concerto intitulado Ao Gosto de Eros revela um repertório de poemas cantados, líricos ou narrativos, traduzidos e apresentados como breves histórias encaixadas. Escolhidas de modo a evocarem a variedade de emoções que acompanha o caprichoso sentimento amoroso, as canções acham-se organizadas de forma a construírem uma trama que joga, ao mesmo tempo, com temas provenientes do quotidiano e o sobrenatural, invocando certas figuras arquetípicas da cultura popular europeia. Esta trama abre com o tema do encantamento amoroso e a invocações mágicas a Afrodite (Safo, poema em grego antigo do século VII a.C.), detém-se com um cântico sonhador sobre o voo de uma pomba que simboliza a amada (tradicional do Chipre) e escuta uma discussão entre uma mãe e a sua filha sobre o noivo ideal (tradicional sefardita); de seguida, a palavra é dada aos homens rejeitados, vítimas de beldades infiéis (tradicionais córsicos); o tema do baile (danças gregas) serve de prelúdio à acalmia que envolve a Bela Adormecida, ou o Rouxinol invocado como mestre cantor e mestre do amor (serenatas tradicionais francesas, poema de Marot musicado sobre melodia antiga). Por fim, os vestígios de uma epopeia sobre o tema de Perseu e Andrómeda transposto para a Europa cristã e medieval, bem como o combate contra o dragão para libertar a princesa (tradicional grego), encontram igualmente o seu lugar neste repertório.

O Ensemble Myrtho é composto por quatro músicos de proveniências diversas, mas ligados por uma paixão pelas músicas e instrumentos tradicionais do Mediterrâneo: Pierre Blanchut (santur), Laetitia Marcangeli (canto e sanfona), Raphaël Sibertin-Blanc (violino, alto, kemençe de Istambul), Timothée Tchang Tien Ling (percussões mediterrânicas). Numa perspetiva ao mesmo tempo musical e literária, o Ensemble Myrtho, que deve o seu nome a um poema de Gérard de Nerval, procura relacionar musical e poeticamente o Oriente e o Ocidente mediterrânicos. Esta relação é estabelecida não só pela exploração, o rearranjo de temas tradicionais e poemas populares do Mediterrâneo europeu, como pela musicalização e escansão de uma poesia por vezes tão antiga como a de Safo, poetiza grega do século VII a.C. Poesia de amor popular e erudita, serenatas, lendas antigas, histórias cantadas e temas épicos regressam à vida, animados pelas vozes tradicionais da Grécia, da Córsega, da Espanha sefardita e de França. As línguas latinas surgem ao lado das sonoridades mais roucas dos dialetos gregos, as harmonias da Europa ocidental combinam com temas oriundos do mar Egeu, que fluem para o Oriente e dançam ao som de ritmos ímpares.

Cantora, doutorada em Literatura Comparada, Laetitia Marcangeli é professora titular de Filologia, autora, tradutora e especialista em poesia grega, Laetitia Marcangeli nasceu no seio de uma família de melómanos e intérpretes de música clássica de origem mediterrânica. Com formação em piano clássico, sente, desde a infância, um grande fascínio pela força poética da cantora Angélique Ionatos, tendo, por isso, começado por estudar a língua grega e a poesia. Após se tornar professora de literatura e de línguas antigas, Laetitia Marcangeli dá continuidade aos seus estudos de música, iniciando a sua formação em canto lírico com Françoise Galais e prosseguindo-a com Leila Bouazza; posteriormente, impelida pelo seu gosto da poesia, vem a interessar-se pelas tradições do Mediterrâneo. Dedica-se, então, à música modal através do estudo dos repertórios gregos tradicionais, que realiza durante estágios com diferentes cantoras (Katerina Papadopoulou, Martha Mavroidi), o que a levou também a interessar-se novamente pelas tradições do canto e da poesia popular do Ocidente, nomeadamente da França, Córsega e Espanha. Atualmente, procura, com o Ensemble Myrtho, conciliar poesia popular e erudita, antiga e moderna, texto e música, lirismo e narração. Fez parte de diferentes ensembles (Kyclos, aElla), colaborou com compositores e músicos gregos, tais como Photis Ionatos, Dora Stalidou, Nikos Papadogiorgos, e foi convidada numerosas vezes para interpretar a parte da voz solista tradicional na peça Stabat Mater, de Karl Jenkins (sob a direção de Gérard Baconnais, Stéphane Candat e Jean-Marie Puissant). Foi recentemente convidada para o Festivale di a Ruralità (Patrimonio, Córsega), organizado por Christian Andreani, cantor e etnomusicólogo do grupo Caramusa, a fim de apresentar um projeto sobre os cânticos rurais e montanheses do Mediterrâneo.

Compositor, improvisador, Pierre Blanchut seguiu um percurso artístico transversal que o conduziu do piano clássico e o teatro até às músicas do Oriente. Durante o seu trabalho como encenador, descobre a percussão persa (zarb e daf) e torna-se aluno de Dariush Zarbafian, que irá acompanhar em numerosos concertos. Tornando-se músico profissional, participa em diferentes formações, como Mosaïca, música occitana e mediterrânica; Demazadî, música do Curdistão; Esfahan, música persa, etc. O estudo do santur vai permitir a Pierre Blanchut estabelecer laços entre o piano clássico e a percussão oriental; dedicando-se ao estudo do repertório erudito persa, torna-se solista no MirageTrio, com Bruno Talavera e Taghi Akhbari, no grupo Taxim (música do Oriente e do Ocidente) e, atualmente, no Quartet Mawaran. Acompanha igualmente o grupo vocal Scandicus num repertório medieval e sefardita. O seu interesse persistente pelo teatro leva-o a participar em diferentes espetáculos: acompanha artistas como o contador de histórias marroquino Amid Beriouni ou o bailarino Michel Raji; assegura a direção musical do espetáculo Gengis Khan, Une Épopée Mongole, criado para o Festival International de Musiques Sacrées, na Abadia de Sylvanès (2003); participa na música do filme de animação Persépolis, de Marjane Strapi e Vincent Paronnaud (2007); compõe músicas para espetáculos de teatro de sombras turco (Karagöz) da autoria de Rušen Yildiz; e participa no espetáculo La Mauvaise Herbe, do ator e bailarino Faustino Blanchut, no Teatro Dimitri (Suíça). Pierre Blanchut apresentou o seu trabalho em numerosos espaços (Museu do Louvre, Instituto do Mundo Árabe, Mucem, em Marselha, entre outros) e festivais, como o Festival International de Musiques Sacrées, na Abadia de Sylvanès (Aveyron). Foi igualmente convidado enquanto solista pela Orchestre National Capitole Toulouse para uma atuação na sala de concertos Halle aux Grains. 

Apaixonado pelas músicas e tradições do mundo árabe, Timothée Tchang Tien Ling estudou na cidade marroquina de Fez com o professor Nabil Guemmah, que lhe mostrou os rudimentos do seu instrumento e os ritmos de Magrebe. Viajou, de seguida, até ao Egito, onde teve a oportunidade de receber, durante seis meses, os últimos ensinamentos de Khamis Henkeish. De regresso a França, instalou-se em Toulouse e prosseguiu a sua formação, durante três anos, na escola Music’halle, onde estudou com Ali Alaoui. Com formação nas músicas do Magrebe e do Médio-Oriente, os encontros, a curiosidade e os projetos musicais levaram-no igualmente na direção dos repertórios clássicos e tradicionais da Turquia, Grécia e regiões vizinhas, sendo a sua paixão pelo ritmo, as melodias e os cânticos a urdir a ligação entre estes diferentes repertórios mediterrânicos. Foi membro de diversos ensembles, tais como Tri Detsa (repertório balcânico) e Kkam Kalo (músicas ciganas).

Após ter estudado música clássica e ter recebido uma sólida formação em jazz, nomeadamente com Didier Lockwood no CMDL (Centre des Musiques Didier Lockwood), Raphaël Sibertin-Blanc completou a sua abordagem da música virando-se para as músicas tradicionais, demonstrando um interesse pelas possibilidades de cruzamentos que estas oferecem. Sentindo-se particularmente atraído pelas músicas do Oriente e da Ásia Menor, viaja pela Turquia e pela Grécia e inicia-se, junto dos mestres Derya Turkan e Sokratis Sinopoulos, em instrumentos como o klasik kemençe – pequeno violino vertical originário de Istambul – e nos repertórios tradicionais populares e eruditos que atualmente enriquecem o seu trabalho de composição e os seus estudos de improvisação. A sua carreira como violonista, improvisador e compositor é ilustrada por projetos pessoais como a formação Dadèf Quartet (Jazz das Estepes), para a qual realiza composições, bem como por diversas criações, entre as quais Alambic (trio de improvisação com Dominique Regef e Hélène Sage – 2015) ou Chronométries (criação em duo com Stéphane Bissières (sintetizador modular), difundida em direto na rádio France Musique – 2014). Em conjunto com Stéphane Bissères compõe, igualmente, «cine-concertos» para a cinemateca de Toulouse. Do lado oriental, Raphaël Sibertin-Blanc integra formações como o Quartet Marawan (desde 2020 – músicas de inspiração libanesa) e o Ensemble Myrtho (desde 2021 – canções e poesia do Mediterrâneo europeu), e participou em projetos como a composição de peças sonoras, com Stéphane Bissières, para a emissão de Contes du jour et de la nuit, de Véronique Sauger (France Musique); acompanha, igualmente, em palco o ator Philippe Babin na peça de teatro Journal intime d’un cep de vigne (encenação de Jean-Marie Doat). Desde 2016, dedica-se à difusão da música em meio hospitalar, com o projeto Iplik, em duo com Guillaume Gendre no contrabaixo (duas intervenções por mês em centro de reanimação). Desde 2017, ensina igualmente violino e jazz na escola Music’halle, em Toulouse.


“I think of your brow bathed with morning light, Black grapes wound in your golden tresses” (Gérard de Nerval, Les Chimères)

The concert, entitled Au gré d’Éros [At the mercy of Eros], features a repertoire of sung, lyrical and narrative poems, translated and introduced as short interlaced tales. Chosen to evoke the range of emotions that accompany the capricious feeling of love, the songs are arranged in such a way as to build a framework that plays on both everyday themes and wonder, while invoking certain archetypal figures from European popular culture. This plot opens with the theme of love and magical invocations to Aphrodite (Sappho, an ancient Greek poem from the 7th century BCE), lingers with a dreamy song about the flight of a dove, which represents the beloved (Cypriot tradition), listens in on the debate between a mother and her daughter on the ideal fiancé (Sephardic tradition); then the floor is given to the spurned men, victims of beautiful infidels (Corsican tradition); the theme of the ball (Greek dances) preludes the calm that surrounds the “Belle endormie”, another Sleeping Beauty figure, or the Nightingale, invoked as master singer and master of love (traditional French serenades, poem by Marot set to an ancient melody). Finally, the vestiges of an epic on the theme of Perseus and Andromeda, transposed to Christian and medieval Europe, and fights against a dragon to rescue a princess (Greek tradition) also find their rightful place in this repertoire.


The Ensemble Myrtho is composed of four musicians from different backgrounds, all linked by a passion for traditional Mediterranean music and instruments: Pierre Blanchut (santur), Laetitia Marcangeli (vocals and hurdy-gurdy), Raphaël Sibertin-Blanc (violin, viola, Istanbul kemençe), Timothée Tchang Tien Ling (Mediterranean percussion). From a musical and literary perspective, the Ensemble Myrtho, which takes its name from a poem by Gérard de Nerval, strives to connect the Mediterranean East and West, both musically and poetically. This link is forged both by exploring and rearranging traditional themes and popular poems from the European Mediterranean, and by reviving, in music and scansion, poetry that can be as old as that of Sappho, a Greek poet from the 7th century BCE. Popular and learned love poetry, serenades, ancient legends, sung tales and epic themes are brought back to life through traditional songs from Greece, Corsica, Sephardic Spain and France. Latin languages rub shoulders with the huskier sounds of Greek dialects, while Western European harmonies mingle with themes from the Aegean, which draw us towards the East and dance to strange rhythms.

Laetitia Marcangeli is a singer, a doctor of comparative literature, an associate professor of philology, an author, a translator and a specialist in Greek poetry. She was born into a family of music lovers and classical musicians of Mediterranean origin. Trained as a classical pianist herself, from childhood she was impressed by the poetic power of the singer Angelica Ionatos and initially elected to study the Greek language and poetry. After becoming a teacher of literature and ancient languages, she continued her musical studies and began learning opera singing from Françoise Galais, and later Leila Bouazza; then, driven by her love of poetry, she became fascinated by Mediterranean traditions. She subsequently turned to modal music, studying traditional Greek repertoires in courses with various singers (Katerina Papadopoulou, Martha Mavroidi), which also led her to renew her interest in the traditions of popular song and poetry from the West, notably France, Corsica and Spain. Today, with the Ensemble Myrtho, she attempts to reconcile popular and learned poetry, ancient and modern, text and music, lyricism and narration. She has performed in various ensembles (Kyclos, aElla), collaborated with Greek composers and musicians such as Photis Ionatos, Dora Stalidou, and Nikos Papadogiorgos, and on numerous occasions has been invited to sing the traditional solo voice part in Karl Jenkins’ Stabat Mater (under the direction of Gérard Baconnais, Stéphane Candat and Jean-Marie Puissant) The Festivale di a ruralità (Patrimonio, Corsica) organised by Christian Andreani, the singer and ethnomusicologist from the group Caramusa, recently invited her to present a project on rural and mountain songs from the Mediterranean.

A composer and improviser, Pierre Blanchut has followed a cross-disciplinary artistic path that has led him from classical piano and theatre to the music of the Orient. Initially a stage director, he discovered Persian percussion (zarb and daf) and became a student of Dariush Zarbafian, whom he then accompanied in numerous concerts. Now a professional musician, he participates in various groups, including Mosaïca (Occitan and Mediterranean music), Demazadî, (Kurdish music) and Esfahan (Persian music), while his study of the santur has allowed him to establish a link between classical piano and oriental percussion. A student of the Persian learned repertoire, he has performed as a soloist in the Miragetrio with Bruno Talavera and Taghi Akhbari, in the group Taxim (music from East and West) and, currently, in the Mawaran Quartet. He also accompanies the vocal group Scandicus in a medieval and Sephardic repertoire. His enduring interest in theatre has led him to perform in various productions: he has accompanied artists such as the Moroccan storyteller Amid Beriouni and the dancer Michel Raji, and was the musical director of the production Gengis Khan, une épopée mongole [Genghis Khan, a Mongolian epic] produced for the International Festival of Sacred Music at the Abbey of Sylvanès (2003). He also worked on the music for the animated film Persepolis by Marjane Strapi and Vincent Paronnaud (2007), created the music for the Turkish shadow theatre show Karagöz by Rušen Yildiz, and took part in the production La mauvaise herbe by actor and dancer Faustino Blanchut at the Teatro Dimitri (Switzerland). Pierre Blanchut has performed at numerous venues (Louvre Museum, Arab World Institute, Mucem in Marseille, among others) and festivals, including the International Festival of Sacred Music at the Abbey of Sylvanès (Aveyron). He was also invited as a soloist by the Orchestre du Capitole de Toulouse for a performance at the Halle aux Grains.


Passionate about the music and traditions of the Arab world, Timothée Tchang Tien Ling trained in Fez, Morocco, under Professor Nabil Guemmah, who taught him the rudiments of his instrument and the rhythms of North Africa. Then, in Egypt, he had the opportunity to spend six months attending the final teachings of Khamis Henkesh. Back in France, he settled in Toulouse and continued his training for three years at the Music’halle school under Ali Alaoui. Trained in the music of the Maghreb and the Middle East, his encounters, curiosity and musical projects also led him to the classical and traditional repertoires of Turkey, Greece and the neighbouring regions, his love of rhythm, melodies and songs always establishing a connection between these different Mediterranean repertoires. He is a member of various ensembles, such as Tri Detsa (Balkan repertoire) and Kkam Kalo (gypsy music).


After a classical education and a solid grounding in jazz, notably under Didier Lockwood at the CMDL (Centre des Musiques Didier Lockwood), Raphaël Sibertin-Blanc completed his musical education by turning to traditional music, inspired by the crossover opportunities that it offers. Particularly attracted by the music of the East and Asia Minor, he travelled to Turkey and Greece and learned from the masters Derya Turkan and Sokratis Sinopoulos about instruments such as the klasik kemençe – a small vertical violin originating from Istanbul – and traditional, popular and learned repertoires, which today enrich his compositional work and research on improvisation. His career as a violinist, improviser and composer is illustrated by personal projects, including the Dadèf Quartet (“Jazz des steppes”), for which he produces the compositions, and various creations, including Alambic, an improvisational trio with Dominique Regef and Hélène Sage (2015), and Chronométries, a duet with Stéphane Bissières (modular synthesiser) broadcast live on France Musique (2014). It was also with Stéphane Bissères that he accepted requests for “ciné-concerts” from the Cinémathèque de Toulouse. On the oriental front, Raphaël Sibertin-Blanc is a member of groups such as the Marawan Quartet (since 2020 – music of Lebanese inspiration) and the Ensemble Myrtho (since 2021 – singing and poetry in the European Mediterranean), and has taken part in projects such as composing sound pieces, alongside Stéphane Bissières, for Véronique Sauger’s Contes du jour et de la nuit programme (France Musique). He also accompanies the actor Philippe Babin on stage in the play Journal intime d’un cep de vigne (directed by Jean-Marie Doat). Since 2016, Raphaël Sibertin-Blanc has been performing music in hospitals, as part of the Iplik project, in duo with Guillaume Gendre on double bass (two performances per month in intensive care units). He has also been teaching violin and jazz at Music'halle in Toulouse since 2007.

Earlier Event: November 19
Sephardica (Espanha)